segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

São Silvestre de Lisboa


"Já Tratados" no final com a Susana

Com a S.Silvestre de Lisboa hoje disputada concluí a 42ª corrida este ano, faltando apenas uma, (S.Silvestre dos Olivais) para completar o calendário de provas de 2010. Pelo caminho ficaram (duas), A Freita e a Geira, ambas por desistência a revelar certamente ainda uma deficiente condição física para enfrentar tais desafios.
Este final de Mês de Dezembro tenho aproveitado para repousar um pouco e tenho escolhido provas pequenas até 10 kms para ganhar um pouco mais de pulmão e ao mesmo tempo para fazer uma pequena revisão à "máquina" já que o Consultor tem sido algo crítico em relação ao manobrador que o considera escessivo no carregamento que lhe está a dar, mas quem está no Convento é que sabe o que lá vai dentro, penso que a coisa mais ou menos controlada vai dar para ir continuando paulatinamente conforme a vontade e as necessidades.

O Daniel à passagem pelo Terreiro do Paço
Esta S.Silvestre de Lisboa, Edição 2010 esteve espectacular, na 3ª Edição ouve a necessidade de trazer a partida e chegada para o Terreiro do Paço já que a Praça do Rossio já não tinha capacidade para albergar tanta gente depois de se verificar o aumento extraordinário de participantes nesta corrida em relação aos anos anteriores.
Está já anunciado que a próxima S.Silvestre de Lisboa será a 31 de Dezembro de 2011, é certo que vai rivalizar com a S.Silvestre da Amadora, mas Lisboa já merecia uma prova assim, hoje gostei de tudo, o trajecto todo ele na Baixa Pombalina, muito público nas ruas (a maioria se calhar familiares dos participantes nas corridas) milhares de atletas formando do princípio ao fim um enorme cordão humano, noite fria mas perfeitamente suportável e percurso quase plano que permitiu à maioria dos atletas testar em condições a sua condição física actual.
O bonito local da chegada
Foi o que eu fiz, posicionei-me a cerca de 6 metros da linha dos Sub50´ e perto do Guia (porta bandeira dos 50´), levei uma "eternidade" para passar a linha de partida pois eram milhares os que estavam à minha frente, o meu Garmin foi acionado logo que pisei as passadeiras que conrolam e registam a passagem dos ckips de cada um, mas a confusão manteve-se ainda durante algum tempo até que a peneira começou a funcionar e os mais lentos foram ficando para trás, ainda assim só a partir do Cais do Sodré (perto dos 3 kms.) é que comecei a ter mais espaço para poder escolher a minha trajectória. Tinha dicidido "carregar bem" mas estava com receio de o organismo não corresponder, isto é, os pulmões e por arrasto tudo o resto, e por isso desde o início fui sempre seguindo "rapido" atrás daqueles "furões" que já têm muita prática a sair de trás para a frente e seguindo na "roda" dá para ir ziguezaguiando e assim não perder muito tempo.
Não faltava dorsais e apareceram todos
Na subida da Avenida da Liberdade (7º km) aconteceu a quebra já esperada, tive de reduzir o andamento, ou de outra forma não conseguiria chegar até à Rotunda do Marquês de Pombal, mas de imediato vejo partir o combóio que entretanto se tinha ali formado e que seguia o guia dos 50´, do mesmo modo vejo passar também a Otília com o seu passinho sempre certo e firme e com o seu sorriso sempre presente, ainda alimentei esperança de quando chegasse ao Marquês e aproveitando depois a descida recuperaria aquela distância que a cada metro não deixava de aumentar. Atrás de mim vinha muita rapaziada amiga, muitos deles iam incentivando, o Fábio, o Mário (Comando), muitos amigos do Vale do Silêncio e tantos outros, até a Isabel (pareceu-me) estava por ali algures na Av. da Liberdade. Eu como de costume não via ninguém, ouvia e levantava o braço, ia nos limites pois queria a partir do Marquês alcançar o Guia dos 50´ mas sabia que a tarefa não ia ser fácil, aquilo descia mas era para todos e os andamentos devem ter-se mantido iguais pois nunca mais consegui lá chegar.
Foi espectacular a chegada com aquele bonito cenário que prepararam para nos receber, (ver foto).
Registei no meu Garmin a distância de 10,170kms. Do mesmo modo gastei o tempo de 51,39 minutos para percorrer aquela distância.
Classificações

domingo, 19 de dezembro de 2010

Grande Prémio de Natal, Lisboa.

Descendo a Avenida da Liberdade
Falhada a deslocação a Sevilha programada para ontem e onde hoje iria participar na Meia Maratona, aproveitei e participei hoje em Lisboa no G.P. de Natal na distância aproximada de 9 kms.
Nesta fase e até à Maratona de Sevilha  (13/2) vou contentar-me em fazer provas de distâncias curtas no sentido de fazer alguma recuperação para o exigente Calendário que vem aí a seguir ao dia 22 do mês de Fevereiro. (ver ali a barra do lado dirito, uff)
Há uns anos que já não fazia esta prova de Lisboa, ainda por cima tinha assistido o ano passado áquele bloqueio na chegada dos atletas que chegou a provocar filas antes de cortar a meta com cerca de 150 metros, situação que provocou o desagrado daqueles que foram atingidos.
Pensava-se que este ano a prova fosse duramente penalizada por esse e outros aspectos mas "salvou-se" e este ano teve uma forte adesão, a roçar quase o milhar de participantes.
Temia-se no início que a destribuição dos Chips no local de partida desse caldeirada, mas não, aquilo estava bem feito e muito prático, facilitou também o bom hábito dos atletas chegarem cedo ao local de partida e assim permitir uma fácil destribuição e escoamento daquele meio de controlo. (Ainda não percebi porque é que não deram o Chip juntamente com os dorsaís destribuídos na véspera da prova, pode ser que ainda me esclareçam).
A minha prova foi bastante penosa no início, sem ritmo,  pesadão, com algumas dores musculares e um joelho já a dar de si. Até aqueci um pouco antes da prova mas nem assim foi suficiente para que isto encarreirasse como deve ser, e quando saímos do Saldanha mantive-me com todas as cautelas para evitar algum mal maior. No Campo Pequeno já me sentia mais solto e com outra disposição impondo então um ritmo melhor já que o circuito, permitia que, em caso de algum desgaste se podia fazer alguma recuperação em zonas planas durante a maior parte do percurso.
No meu pensamento inicial estavam os 50 minutos, mas rapidamente esqueci isso pois estava a correr a um ritmo muito superior do que sopunha ser capaz, por razões óbvias, de tal forma que mal me descuidei já estava a descer a Avenida da Liberdade, (ainda à pouco estava a passar em frente da Churrasqueira do Campo Grande), tendo aproveitado a descida para consolidar um melhor ritmo que de há muito tem andado arredado da minha prática da corrida.
A cortar a meta com uma ajudinha
Á chegada aos Restauradores fiquei surpreso, pensava que tinha de ir dar a volta ao empedrado da Praça do Rossio,  de repente vejo ali a meta , não é que não ficasse satisfeito, mas assim a prova fica muito mais curtinha e não havia necessidade, bastava-nos apenas meia estrada e não chegávamos a prejudicar o trânsito.
Para os 8,750kms do percurso gastei das minhas reservas 43,54 minutos noMeu Garmin)!!! (oficial, 44,15 minutos).
Gostei do comportamento de todos os elementos da minha equipa, parece-me que ficaram todos à minha frente, (o Míster teve a amabilidade de me empurrar para eu ficar à sua frente), gostei das marcas que obtiveram, alguns deles bem abaixo dos 28 m.
Gostei também do abastecimento que deram aos 5 kms, penso que não era necessário até pelo frio que estava, de lamentar mais uma vez a falta de civismo de muita gente que continua a atirar as garrafas de plástico para o chão depois de se hidratarem, desta vez nem se podem desculpar pois havia contentores com abundância e espalhados por uma distância de mais de 200 metros.
Também não percebi aquele ziguezaguear no funil após o final da prova, a ideia podia ser positiva mas só até determinado momento, pois logo que aquele labirinto encheu cá atrás a molhada continuou, felizmente que este ano todos puderam cortar a meta a correr, o que se saúda.


A.M.M.A. fotos

domingo, 12 de dezembro de 2010

Corrida pela Saúde, Caldas da Rainha


Que grande e boa companhia, com a simpática
Madalena Carriço
ali a meu lado

Com uma prova tipo S.Silvestre antecipada, as Caldas da Rainha surpreendeu os 182 atletas que se apresentaram para correr os anunciados 10 kms de competição.
Surpreendeu por vários motivos, pela positiva e pela negativa.  Pela positiva por ser a 1ª edição e pelas causas que abraçou em favor do apoio à cura da doença, nomeadamente a Leucemia, depois pela opção em fazer disputar a prova num circuito de 3 voltas pelo Centro da Cidade para espanto de grande quantidade pessoas que áquela hora passeavam pelas bonitas ruas engalanadas com motivos das festas de Natal, pelo fecho total à circulação automóvel nos percursos por onde era efectuada a corrida, isto é, o Centro da Cidade esteve totalmente à disposição dos moradores e visitantes entre as 6 e as 21h. e ainda pelo convívio final com oferta de um jantar de "príncepes" no Hotel Caldas Internacional onde não faltou nada.
De negativo saliento poucos pormenores, mas importantes, devido à causa abraçada pela Organização, os prémios monetários (a  rondar os 500 euros) para os primeiros e iam baixando conforme a classificação de cada um, bem poderiam ser somados ao montante a atribuir ás instituições que lutam contra a doença, bem sabemos que na lógica da Organização o estímulo monetário serve para atrair um leque de bons atletas e por arrastamento a massa anónima dos corredores do pelotão, é um pensamento positivo mas todos sabemos que isso não funciona assim, garantidamente esta prova tem um grande futuro se for essa a vontade dos responsáveis que a organizaram e terá no futuro muito maior participação se lhe retirarem o estímulo monetário para premiar apenas uma ou duas dúzias de atletas em desfavor da grande massa de atletas que ali se desloca pela causa e e pelo carinho em que são envolvidos pela gentes das Caldas. Para quem chegou mais tarde ás Caldas (como eu) andou um bocado ali à nora, isto é, ás voltas pois para quem conhece mal aquilo foi difícil encontrar o local da partida, ainda por cima o local de chegada da prova era em sítio diferente, era aqui que estavam os dorsais e o tempo já era pouco para o início da Corrida. Mas tudo se compôs e ainda deu para fazer um pequeno aquecimento na companhia do Daniel e outros amigos conhecidos que por ali estavam.
3 voltas ao circuito, não é muito do meu agrado mas a noite/fim de tarde estava agradável sem vento nem chuva, comecei logo a fazer contas e com os craques que ali estavam sabia que antes de completar volta e meia já estava a ser ultrapassado, logo à partida tive de seguir mais rápido do que queria senão ficava encostado à ambulância mas logo passaram outros amigos da montanha que por ali estavam também a chamarem-me a atenção que aquilo era plano e o nosso ritmo tem de ser mais moderado, e tinham razão pois dali a pouco os pulmões já tinham dificuldade em responder ao que lhe estava a pedir. O percurso tem subidas manhosas, nomeadamente junto ao Jardim de El-Rei e de acesso à meta mas diga-se em abono da verdade que também tinha zonas de boa recuperação, o problema é que eu não sei como é que se recupera durante uma prova de 10 kms, aquilo é sempre a dar e se queremos dar alguma dignidade à nossa corrida não nos podemos descuidar.
Concluí os 10,320 kms com a marca de 54,07 minutos (meu Garmin) tendo-me a Organização atribuído a simpática marca de 53,59 minutos.
De salientar que o Daniel fez a boa marca de 44,20 minutos, que juntamente com Paulo Portugal formou comigo a equipa dos Amigos do Vale do Silêncio nesta prova. No final fomos para o Restaurante do Hotel Internacional das Caldas onde o convívio durante o Jantar foi extraordinário, com o José Magro e com um simpático trio de Ultras, Jorge Serrazina, Célia Azenha e Glória Serrazina, histórias e mais histórias de tantas aventuras, eu passaria ali a noite inteira a ouvi-los. A par disto a satisfação por estar ali e desfrutar deste excelente jantar, coisa única a que nunca assisti, bem se queixa um amigo nosso que a sua companheira (que não corre) teve de pagar 12,50€ por aquela refeição (lembrar que a inscrição custou a cada um 10€).
Bem sei que alguns bons pratistas da nossa praça ao lerem isto vão dizer (por não saberem!!!)que perderam uma boa oportunidade de se banquetear, mas sempre direi que para o Ano há mais, só o que é preciso é que se deixem de andar um pouco distraídos...!
Festas felizes para todos.
Classificações aqui

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Maratona de Lisboa 2010, a minha 8ª


Isto de fazer maratonas não é contar de 1 a 42 porque cada km percorrido em cada uma tem sempre uma história diferente para contar.
Apanhado à chegada

Desta vez, na Maratona de Lisboa hoje realizada, associei-me a um grupo de amigos , onde estava o Parro, o Manuel Azevedo, o Manuel Fonseca e outros que agora não recordo para tentarmos um ritmo que nos permitisse entrar nas 4 horas de prova. Eu sabia e avisei logo que não contassem muito comigo porque ainda estou bastante fatigado das últimas provas que tenho feito, nomeadamente a Meia da Marinha Grande à escassos 3 dias. E assim foi, segui quase sempre na rectaguarda do grupo tendo algumas vezes andado mesmo na ponta do arame, embora nunca perdendo o contacto fui acompanhando sempre o grupo até por volta dos 14kms, aqui aparece um bando de Abutres comandados pelo Vitorino onde constava também o José Carlos Fernandes e o João Lamas que se junta a nós e seguimos em amena cavaqueira até à Rua (ou Avenida?) José Malhoa, aqui chegados os Abutres acharam que ali já não havia nada para se alimentarem começaram a esticar o guardanapo até que ele rompeu, eu em amena cavaqueira segui com o Vitorino e amigos sem me aperceber que me afastava do meu grupo. Ainda ouvi o Parro a dizer-me que me estavam a envolver mas segui na mesma, estávamos em plena subida para a mesquita Hindú e sentia-me muito bem.
Segui na companhia do Vitorino, já os outros Abutres tinham ficado também para trás, na Joaquim Augusto de Aguiar. Mas o Abutre Mor queria mais "sangue" e também eu acabei por ficar para trás mas via-se que ele se preocupava com os colegas e também comigo pois não raras vezes fazia uma pausa na corrida e olhava para ver se alguém o acompanhava. Acabou por seguir e fazer a sua prova, uma decisão acertadíssima.
Entretanto olho para trás e já não vejo a "minha" malta, estava sózinho e sem qualquer ponto de referência, decido seguir assim até chegar à Meia Maratona pois contava que o meu grupo conseguisse chegar até a mim por essa altura.
O Pára e o Comando aos 25kms

Lá chegado, com 1.59,05 (mais 5 segundos que o ano passado) sentia-me ainda muito bem e capaz de seguir naquele ritmo por mais algum tempo, volto a olhar para trás e não avisto a rapaziada, pensei que alguma coisa vinha a acontecer para que não conseguissem (ou não queriam) chegar até a mim. Á passagem na linha da Meia Maratona recebo um forte apoio de um grande amigo que ali estava em serviço, o Joaquim Pereira, que ao dizer-me que Meia já estava catapultou-me para a 2ª parte com redobrado vigor e querer.
Agora o vento estava fortíssimo mesmo de frente, principalmente na zona de Alcântara, mas até Algés (retorno) tivemos de o enfrentar quer para lá quer para cá (em algumas fazes).
Aos 24,5kms uma grande surpresa me aguardava, vejo o Grande Comando Mário Lima, que vinha a efectuar a sua prova da Meia Maratona, vir em minha direcção e o meu espanto é que ele abandona a sua marcha e volta para trás para me acompanhar  até ao final da prova, ainda tentei demovê-lo de tais propósitos mas aquilo já estava planeado no seu íntimo e tinha de o fazer. Para mim foi uma ajuda fantástica, ele respeitou sempre o meu andamento, nunca me pressionou para seguir mais depressa ou mais devagar, isso permitiu-me uma grande liberdade e também um grande à vontade pois sabia que ele estar ali ao meu lado eu poderia gerir um pouco melhor as energias que ainda tinha e que começavam a dar sinal já de alguma fadiga. Valeu-me também em alturas cruciais de maior ventania cobrindo também a minha passagem para não se tornar tão penosa, foi assim todo o caminho.
No retorno começo a ver os amigos que fizeram parte do grupo inicial, já muito espalhados e com evidentes dificuldades, os 2 Abutres vinham ali perto, mais atrás via-se já destacado o Manuel Fonseca, logo a seguir vinha o Parro a dizer-me que já tinha furado a roda e que ia limitar-se a chegar, o Manuel Azevedo estranhamente ainda vinha mais para trás, tal como a Célia Azenha (chegou a andar no nosso grupo) mas compreensivelmente era natural a sua posição, só quem não a conhece.
Um pouco antes dos 30 kms começo a ver a Analice ao longe e o Mário até perguntou se era mesmo ela, claro que é disse eu, e em menos de nada estávamos a alcançá-la. Aos 30 kms parámos por minha vontade, queria beber água com calma e tomar o único Gel que levei (esqueci-me de fornecer o cinturão que me acompanha sempre, e até os pequenos cantis me esqueci de levar), para isso caminhei com algum ritmo enquanto tratava da hidratação, repeti este ritual aos 35 e 40 kms sabendo que esta pequena pausa rapidamente seria recuperada logo a seguir. Entretanto o Manuel da Fonseca passa por mim logo a seguir aos 30kms, seguia numa passada muito certinha e económica, já tinha visto este mesmo filme no Porto mas lá tinha acontecido muito mais cedo. Aos 35kms, no Cais do Sodré, já levo um dedo do pé em mau estado e com algumas dores, nada digo ao Mário para não atrapalhar a nossa marcha, pois sabia que ele iria logo dizer para abrandar um pouco, mas não foi preciso dizê-lo pois a subida na Almirante Reis até Ao Arieiro tratou de se encarregar em moderar o andamento para conseguir fazer aquilo sempre em marcha de corrida. Os 40 kms estavam logo ali em plena Praça do Arieiro e com eles o abastecimento final que nos levou até ao Estádio 1º de Maio para em plena pista de Tartan concluir a 8ª Maratona que levo realizada (a 3ª este ano)
Aos 3,5kms na Gago Coutinho.

Quero agradecer aqui ao Mário Lima a extrema sensibilidade que teve em querer acompanhar-me, gesto que jamais irei esquecer, tendo tido também o cuidado de não voltar a passar pelos controlos que já tinha efectuado aquando da sua 1ª passagem.
Acabou por fazer 33kms no tempo de 2,41,33h, concluíndo a prova ainda com 28 participantes atrás de si.
Concluí a Maratona de Lisboa com a marca de 4,07,18h (4,07,50h oficial) para os 42,620kms (Garmin) (633 da Geral num total de 1107 finalistas, 18º Vet + 60 num total de 51) menos 6 minutos que há um ano em Lisboa e menos 16 minutos que há 1 mês no Porto. Vamos lá perceber isto!!!
Da Organização da prova nada tenho a apontar, segurança em todo o percurso da Maratona, bons e fartos abastecimentos, onde não faltou o Gel para quem o desejasse.
Um pormenor: Quando cheguei já o sumo tinha acabado, provavelmente daria geito, mas o mais certo é que se ouvesse eu se calhar não ligaria nenhuma, penso eu.
A todos os amigos que me cruzei o meu obrigado pelos incentivos que recebi e que muito me ajudaram a finalizar mais esta Maratona, com dificuldades é certo mas que me deu um enorme prazer em fazer.

Fotos de Luís Carlos e Fábio Pio
Classificções da Meia Maratona
Classificções da Estafeta

sábado, 4 de dezembro de 2010

2009, RECORDAR A MARATONA DE LISBOA

39 kms, Rotunda de Chelas (foto de Esmeraldo Carreira)
Na véspera de realizar mais uma Maratona de Lisboa (a 5ª) visitei a minha Odisseia de 2009 relatada na altura para este meu blogue. Achei interessante e a exemplo de outros amigos dicidi trazê-lo aqui novamente, mais como auto-motivação do que outra coisa pois todos sabemos que não existem duas maratonas iguais, mesmo que o cenário seja o mesmo, o que não é o caso deste ano. Ainda assim penso que aprendemos sempre alguma coisa recordando aquilo que então se passou, como aprendemos sempre conforme a experiência se for acumulando ao longo de várias participações em maratonas.
Porque vão estar muitos amigos em mais uma edição da Maratona de Lisboa, envio a todos votos de uma excelente prova e que todos possam desfrutar de uma boa Corrida.

MARATONA DE LISBOA 2009
Maratona de Lisboa, há sempre uma história para contar, esta é a minha.

No dia da Maratona bem cedo precebi que as coisas não iriam ser fáceis, coisa que eu já esperava, desde a Maratona do Porto no dia 8/11/09 que não mais fiz qualquer treino longo com vista à Maratona de Lisboa, limitei-me a fazer a Meia Maratona da Nazaré, os 16,5kms da Mendiga e a Caminhada de 11kms da Serra de Sintra e depois alguns treinos sem grande disciplina durante estas semanas, por isso sabia que a Maratona de Lisboa iria ser um osso duro de roer, não só por não ter merecido uma preparação adequada mas porque eu conhecia demasiado bem o traçado da prova e por isso encontrava-me um pouco ansioso.

Quando cheguei ao Estádio 1º de Maio faltava ainda 1,30h para o início da prova, tempo suficiente para a habitual fase social onde disponibilizamos algum tempo para conviver um pouco com os amigos, até porque as oportunidades não são muitas. Lá estava o Luís Parro, não me perdeu a pinta desde a Mendiga, o M. Azevedo, J. Magro. M. Lima, Fernando Andrade, vai faltar-me algum, e conheci ainda o Joaquim Ferreira e o Pedro Ferreira.

A minha equipa estava ali em peso, mas só 2 elementos é que iriam fazer a Maratona, eu e o Elísio Costa, o Costa que já andava afastado desta distância desde a Maratona do Portode 2008.De tal forma estava distraído que quando me apercebo já só faltava meia hora para o início da corrida. Já na viatura optei por calçar os ténis com que fiz a Maratona do Porto (já velhos e rôtos) que me fizeram sentir sempre muito bem durante toda a corrida, completada a tarefa sempre trabalhosa de proteger algumas zonas mais sensíveis e devidamente equipado vou para a zona de partida, ainda vou a meio do caminho e verifico que me falta ainda o dorsal, então voltei ao carro e resolvi o problema e corro para o local de partida, mas após os primeiros passos de corrida dou conta que ainda tenho os óculos colocados, volto novamente para trás, as coisas não estavam mesmo a correr bem. À entrada do Estádio (a partida era em plena pista) ainda tive tempo de me despedir da minha equipa que aguardava a hora de participarem na Meia Maratona.

O Costa logo no início informou-me que me iria acompanhar até por volta da Meia Maratona, de certa forma fiquei mais tranquilo pois sabia que a experiência do Costa me ajudaria a controlar a corrida para evitar os excessos logo no início e que me iriam sair caros no final da prova.

Mas desde logo no início verifiquei que as coisas iriam ser muito difíceis, sem ter feito qualquer aquecimento no início antes do início sentia-me muito preso de movimentos e nem mesmo a descida da Av. Gago Coutinho serviu para melhorar as coisas, e a bem da verdade a subida para o Arieiro veio numa boa altura pois permitiu-me que eu encontrasse o ritmo e o esforço certo que eu vinha a procurar, e foi assim que segui até chegar ao início da difícil subida do Alto dos Moínhos onde estava assinalada a passagem dos 10kms, assinalava 57m. Nesta altura o atleta que levava o sinalizador do ritmo das 4 h. ia ali a cerca de 300 metros e nem tentei aproximar-me pois sabia que aquilo não era andamento para mim. Um pouco mais à frente o Costa começa a dizer-me que o andamento vai mais rápido do que devia, era natural porque um pouco antes tinha avistado logo ali à frente o Luís Parro e quis chegar até lá e foi o que fiz , pois já seria um grupo maior e a companhia era de todo aconselhável, mas foi sol de pouca dura, cedo percebi que aquele andamento era arriscado se dicidisse ir ali por muito tempo, optei por ficar com um andamento mais confortável, sempre na companhia do Costa.

Nesta altura começavam os meus problemas com os meus ténis, ao contrário do Porto esta Maratona de Lisboa é um constante sobe e desce e onde a fricção é uma constante e os dedos dos pés são os que mais sofrem e já só desejava chegar à baixa lisboeta onde o terreno já seria plano e as coisas iriam melhorar, pensava eu.

Passei à Meia Maratona com 1,59h (mais 3m do que no Porto) ainda me sentia bem, o pior foi que de seguida encontrámos o vento pela frente assim que entrámos na Av. 24 de Julho, foi nesta altura que perdi o meu companheiro de corrido, como estava previsto ele abalou à procura de uma melhor marca que pensava que estaria ao seu alcance, entretanto eu fui mantendo o mesmo andamento, 6m por km, após passar pelo Viaduto de Alcântara cruzo-me pelo António Almeida, e que bem que ele vinha, pois o sinalizador das 3,30h ainda vinha bem lá para trás, e eu já nem o das 4h conseguia ver, notava-se que eu já ia perdendo vigor e os ténis já pressionavam em demasia os meus martirizados pés, mas a Maratona é isto mesmo, espírito combativo e de sacrifício e quando a mentalização está virada para o objectivo que é a chegada não existe "nada" que o possa impedir.

Um pouco antes de Alcantara cruzei-me com muitos amigos que participavam na Meia Maratona e já estavam de regresso de Belém, o Vitor, o F.Avelino, o Fernando (Mister) o Orlando Duarte, o Tiago, o Luís e toda a equipa do CCd de Loures e outros que agora não me lembro, sabe sempre bem naquela altura um pouco de ânimo. Quando virei aos 27kms o Costa já ia com mais de 200 metros à minha frente, achei pouco para aquilo que ele pretendia mas ainda faltava muitos kms até final,

Aos 30 kms ainda passei com 2,58h (soube depois, já o Luís Mota tinha terminado), foi ali que parei a 1ª vez, só o tempo suficiente para beber água, comer um pedaço de laranja e tomar um gel que levava comigo, considerando as dificuldades que já sentia ao nível dos pés, tracei como objectivo fazer uma pequena paragem a cada 5 kms e onde ouvesse abastecimentos, sabia que o tempo perdido seria rapidamente recuperado logo a seguir, o pior era mesmo os pés, com as dores que sentia eu já imaginava o dedo grande do pé esquerdo com o dobro do tamanho e a sola do pé direito descolada do seu habitat natural, mas não era aquilo que me iria fazer parar.

Chego entretanto ao Terreiro do Paço e vejo o meu filho Hugo aos saltos de satisfação por me ver, na sua companhia estava o Tozé, velho amigo, que não perderam oportunidade de correr um pouco ao meu lado até se cansarem, ao fim de 100m!. Por volta dos 34kms chego-me de novo ao Luís Parro, pareceu-me com algumas dificuldades, ou talvez não, mas ia acompanhado e em boa cavaqueira, de lá saltou o Manuel Azevedo e fez-me companhia, por pouco tempo pois o seu andamento é superior ao meu. Logo a seguir estão os 35kms e foi aí que me "passei", a àgua tinha esgotado e não havia mais, Todos sabem que naquela zona e em qualquer Maratona a água é um elemento fundamental, tanto mais que se trata de uma zona crítica, e é essencial até para a saúde dos atletas. Uma amiga da organização simpaticamente ofereceu-me uma bebida em alternativa e sem açucar, dizia ela, mas água é água e é insubstituível.

Uma ocorrência que pode até arruinar o prestígio de uma grande prova como é a Maratona de Lisboa que arrasta centenas e centenas de estrangeiros e muitos deles ainda vinham lá para trás, uma distração difícil de perceber.

Aos 37,5kms começa a subida final que me irá levar até aos 40kms, um pouco antes passei pelo M.Azevedo pois sempre que aparecia uma dificuldade maior optava por descansar um pouco, andando. Os 40kms foram atingidos com 3,56h de prova, apesar de tudo sempre regular, aproveitando esta altura para o último abastecimento, ali havia água com fartura e deu para beber logo duas garrafas de seguida, mais um gel e laranja e estava pronto para enfrentar os 2 últimos kms e uns pózinhos. Nesta altura já me vou habituando a soportar as dores nos pés pois aproximava-se o final da prova e isso era mais interessante, mal cheguei ao Alto da Bela Vista logo a seguir ao viaduto do Metro (40,400kms) encontro um colega maratonista no chão a contorcer-se com dores, olho e sigo dando uma forcinha para ele, já antes tinha observado outras situações quase idênticas mas que estavam controladas, mas aquele caso mordeu-me a consciência e já a 30 metros voltei para trás e ajudei o homem, notei logo que eram os gémeos, levantei-lhe as pernas pressionando a parte da frente dos dois pés e a coisa estbelizou, dificil foi entendê-lo pois tratava-se um italiano e a comunicação era difícil, tentei ajudá-lo a pôr-se de pé, em vão, os gémeos voltaram a agarrar e voltei a fazer os mesmos procedimento com bons resultados, depois aconselhei-o a manter-se assim algum tempo e tentar chegar à meta com calma e devagar, não sei se me entendeu, pelo menos nem um grácias ouvi. Depois segui, estranhamente mais motivado e com as forças renovadas, tanto que voltei a apanhar o nosso conhecido M.Azevedo em plena subida final, que ao pressentir-me de novo ali arrancou para a meta cheio de força e energia.

A entrada no Estádio foi um momento fantástico, para a maioria das pessoas que ali estavam era mais um que chegava depois de o 1º ter chegado quase há duas horas, mas para mim era muito gratificante, era a 6ª vez que realizava esta proeza e que sonhar é coisa que também encaixa bem nos idosos. Terminei com 4,13,25h.

À espera estavam tantos amigos, lembrei-me dos meus "2 bombeiros" que se estivessem ali estavam tão felizes quanto eu, o Lima foi incansável, o António já tinha acabado há 40 m e manteve-se ali até que eu chegasse, a Isabel percorreu Lisboa quase toda, ela estava em todo o lado, o Vitor, a Família do Mota, e eu estava tão enleado que já nem sentia as dores, próprias de quem acaba uma Maratona.

O frio que estava aconselhava a que rapidamente fosse para o carro e mudar de roupa, e sem exagerar esta tarefa tornou-se quase tão difícil como fazer a Maratona, não fui capaz de tirar os ténis, pois cada vez que tentava chegar aos atacadores os gémeos agarravam e as dores eram muito fortes, optei então pela dicas que dei ao italiano, ao fim de meia hora comecei então pelos sapatos com receio do que ia encontrar e de seguida consigo trocar de roupa sem mais dificuldades, neste meio tempo que passou choveu a bom chover, passaram numerosos grupos de atletas e familiares de regresso aos seus pontos de partida com a boa disposição sempre a reinar, com os espanhóis sempre numa animação espectacular, foi assim durante o fim de Semana.

E eu, bem, regressei também a casa no meio de chuva e bastante frio, ainda com as câimbras a dificultarem-me a condução e a caminho de sarar as minhas feridas.

Publicada por joaquim adelino em 7.12.09

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Meia Maratona de Marinha Grande (20 anos depois)


Com a família do Luís Mota.

20 anos depois voltei à Marinha Grande, então tinha feito a prova na companhia da Conceição Pereira, atleta que representou entre outros o Sporting e o Benfica. Estava ela a dar os primeiros passos em representação do Clube de Atletismo de Vale de Figueira, Clube de quem eu era Director e Treinador na altura. Dicidi fazer a prova com ela e tentar ajudar na disputa directa que ela ia fazer contra a Lucília Soares, que era só na altura uma das melhores atletas portuguesas no que diz respeito a provas de estrada e em pista. Aquilo foi tremendo durante toda a prova, seguimos sempre a cerca de 100 metros da Lucília e nunca conseguimos chegar até ela, acabando por vencer aquela Meia Maratona e nós ali tão perto. Concluímos com 1,16,30h e a Lucília 1,16h.
Passados estes 20 anos fui encontrar aquilo muito diferente, mas para melhor, o percurso deixou de ser monótono e os atletas acabam por passar na meta aos 11kms tornando aquilo mais agradável. O percurso também é totalmente plano (já o era) facilitando a vida a todos os atletas.
Para surpresa minha (ou talvez não) fui encontrar ali alguns amigos que também vão fazer a Maratona de Lisboa no próximo Domingo, o Luís Mota, a Célia Azenha e muitos outros.
Aproveitei o facto de a Célia andar à procura de um grupo que pudesse fazer a prova sem grande esforço tendo em conta que faltam apenas 3 dias para a Maratona e integrei-me desde o início neste grupo que tinha pelo menos 6 atletas e que pretendiam correr a 6m o km.
Ainda tinha bem presente as tremendas dificuldades respiratórias e a falta de força nas pernas que tinha passado na Arrábida há 3 dias e por isso parti com muita prudência tentando não pressionar em demasia os pulmões pois sabia que se voltasse a atingir os limites iria atravessar grandes dificuldades. Os primeiros kms até foram bastante rápidos para aquilo que pretendíamos, mas conforme a corrida se foi desenvolvendo fomos acertando o ritmo, tanto que aos 10kms já tínhamos recuperado 6m e a previsão já era chegar em cima das duas horas.
A 2ª parte da corrida foi feita apenas com a companhia da Célia, já acusava algum desgaste devido ao ritmo imposto no início da prova, mas o seu problema real é outro e de grande peso, esta Senhora que tive o previlégio de acompanhar hoje é Super/Ultramaratonista e já leva contabilizados até hoje, e só em provas efectuadas em 2010, cerca de 1.600 kms palmilhados entre Serras, Grandes Montanhas e muita Estrada, então dicidi ficar com ela até ao fim, por ela e por mim, assim tinha a garantia de me portar com algum juizo durante toda a corrida e até chegar ao final.
Terminei a prova com a marca de 1,57,25h, "a mesma que obtive no treino noturno de S.João das Lampas no passado dia 19 de Novembro". A distância no meu Garmin marcou 21,440kms.
O convívio final manteve-se inalterável, lá estava o almoço à nossa espera no final da prova, gratuito para todos os atletas e na base de 5€ de valor da inscrição, como é possível? perguntem à organização, pode ser que ainda consígamos baixar alguns valores na nossa praça e que ameaçam seriamente a sua viabilidade em consequência do abandono de muitos por dificuldades em acompanhar por motivos económicas. A Sopa da Pedra estava excelente e saí de lá com a convicção de voltar para o Ano, tanto mais que ainda fomos obsequiados com uma bonita t,shirt azul e outras ofertas que não deixou ninguém indiferente.
Daqui a 3 dias vai ser a dobrar mas a motivação é muito boa, o percurso da Maratona melhorou um pouco e espero acabar sem grande sofrimento, vamos a ver se consigo.

Praça Stefhens e Edifício da Cãmara Municipal
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