terça-feira, 24 de abril de 2012

Raid Vale de Barris, 22/04/2012

Tinha estado o ano passado em Vale de Barris como convidado da organização para acompanhar por dentro o desenrolar da prova uma vez que um problema de saúde me tinha impedido de participar na corrida. Este ano não falhei mas isto esteve preso por arames, não só a lesão na perna esquerda que tarda em abalar mas também um rebentamento de um vaso no nariz, logo que me levantei, que esteve quase a pôr em causa a minha presença na corrida. Lembrei-me logo do Trail da Geira Romana de há 2 anos em que me desloquei 400 kms para a partir de Espanha participar e ao fim de 100 metros estava a desistir!!! Mas desta vez tive sorte, cheguei a Vale de Barris, participei e vim embora e nada aconteceu, mas fiquei preocupado, lá isso fiquei.
Como habitualmente muitos amigos fui encontrar, outros justificadamente estiveram ausentes por estarem noutras provas que coincidiram com esta, Maratona de Madrid e Meia Maratona de Albuquerque, ambas em Espanha e que mereceram a adesão de muitos portugueses.
Esta era uma das provas que constavam no meu plano traçado até chegar a S. Mamede, creio que pelo traçado delineado e pelas dificuldades encontradas corresponde áquilo que é necessário ir treinando para enfrentar as dificuldades maiores que mais à frente teremos pela frente. Não tenho os dados do meu garmin, pois uma falha técnica bloqueou-me o acesso ao computador, agora nem recebo nem ele aceita qualquer dado, manias, mesmo assim valendo-me da informação à chegada ele marcava-me 3,58h. a organização atribui-me simpaticamente 3,57,26h. para os 30 kms do percurso.
Como não choveu o percurso da prova estava excelente, o mesmo não diria se tivesse caído alguma chuva, a forte inclinação em alguns locais quer a subir quer a descer onde o barro e a terra facilmente se transformaia em lama por certo iria criar-nos muitos problemas, desta vez não caí, o mesmo já não o poderão dizer muitos tais eram as dificuldades em locais mais difíceis de ultrapassar. As dores na perna surgiram de modo mais ameno só a partir dos 15kms por isso pude correr mais solto incluíndo as descidas que é onde tenho sempre mais dificuldades por causa dos joelhos e agora também por causa da perna.
Com2,40h de corrida, a coincidir com a distância da meia maratona estava um abastecimento surpresa, cerveja bem fresquinha, estava a meio da Serra de S. Luís,? junto à antiga pedreira e quando subíamos para o ponto mais alto da Serra. Não contávamos com nada daquilo pois a prova é em auto-suficiência onde temos de transportar os líquidos e sólidos para nos alimentarmos durante toda a corrida, mas soube muito bem até porque o tempo estava excelente e ajudou a assentar melhor aquela benesse caída sei lá de onde.
Os 10 kms finais foram muito bons, a coincidir também com a parte mais técnica da prova, como eu me sentia bem deixei-me ir roçando ás vezes o perigo de quedas, principalmente as descidas onde por norma tenho mais cuidado, mas desta vez sei que exagerei mas como me saí bem acabei por fazer este último terço da prova a ultrapassar muitos outros atletas que já seguiam em grandes dificuldades.
Realço aqui também o convívio proporcionado a todos durante o almoço onde foi realizado também a distribuição dos prémios que integrou uma homenagem pública à atleta Chantal Chervel, madrinha deste Raid de Vale de Barris edição de 2012.Agradeço ao Jorge Pereira, à Otília, ao Mário Lima e ao Carlos Coelho a companhia que em algumas partes do percurso partilharam comigo a boa disposição pelo menos até o folego o permitir.
Segue-se um pequeno descanso, voltarei no 1º de Maio, dia mundial dos trabalhadores.

sábado, 21 de abril de 2012

1ª prova de Trail que fiz para além dos 50 kms.

Para registo aqui fica a 1ª prova de Trail que fiz para além dos 50 kms. Foi duro, não apenas devido à lesão que venho padecendo na perna esquerda mas também pela dureza do percurso em quase toda a sua extensão, muito tácnico em alguns locais, escarpas, descidas e subidas que parecem paredes autênticas, areal de praia, de tudo encontramos num cenário de rara beleza. Foi um bom teste ás capacidades de cada um e particularmente ás minhas devido ao desafio que representa os 100 kms de S.Mamede em Portalegre no próximo dia 19 e 20 de Maio. Até lá ainda tenho outros testes pela frente, veremos como vou lá chegar na certeza que a vontade desta vez comandará a mente pois a preparação actual é muito deficiente para enfrentar tal desafio, mas existe confiança suficiente para vencer mais este desafio.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ultra Trail de Sesimbra 15/4/2012

A chegada
Aí está, vencido mais um obstáculo que era a superação da meia centena de kms em provas de Trail, Sesimbra era o objectivo para o conseguir, há precisamente um ano atrás estava nos meus planos conseguir ultrapassar essa barreira mas um arreliador problema de saúde deitou por terra essa ambição, por isso foi com reservado otimismo que me apresentei neste dia no risco de partida já que a preparação para esta prova não tinha sido das melhores devido a um problema de circulação sanguínea e dor da canelite na perna esquerda (arranjado em Sicó devido a uma queda e torção do pé) mas que tudo indicava me iria permitir fazer a prova sem problemas de maior, mas não foi bem assim...
Dói, mas alegra a vista

Depois de estar equipado observei que poucos tinham em seu poder os bastões para o auxiliar em locais onde o esforço solicitado seria mais exigente, então cometi o erro ao deixá-los no carro pensando que a prova não seria tão exigente assim, quem olha para Sesimbra não vê razões para se assustar e ver ali coisas parecidas à Serra da Lousâ ou mesmo a Serra D´Arga, tudo lhe parece mais plano, por isso a ousadia de ir na "conversa" dos outros saiu mais cara em termos de poupança de esforço .
Os primeiros 25kms foram brutais mas lindíssimos ora se sobe como se desce logo a seguir por trilhos muito técnicos onde a dificuldades era extrema em alguns locais onde se subia com percentagens de inclinação muito elevadas. De vez em quando dava uma espreitadela para a minha esquerda e também para a minha frente, não para ver este ou aquele que ia à minha frente, mas para ver as lindíssimas paisagens que aquelas serras e arribas da Arrábida nos proporcionavam, daí perceber agora o plano de restrições que impuseram para defesa daquele local (embora aqui e ali não devessem ir tão longe nas suas regras como é o caso das actividades lúdicas dos pescadores a pé que estão proibidas).
Corri quase sempre isolado, aliás como gosto, e só a partir dos 17,5kms é que tive a companhia da Célia Azenha que durou até cerca dos 23kms, depois foi-se embora e bastou eu ter ficado a beber mais um copo de água para nunca mais a alcançar. Aos 26 kms descemos até ao areal que nos levaria até ao aldeamento da Praia do Meco, foram 3 kms bem duros na areia solta e seca (o mar estava com rebentação forte e não dava para descer até à areia molhada e mais dura para se poder correr melhor), o vento estava muito forte e foi nesta altura que caíram alguns pingos de água que tocada a vento pareciam pedaços de pedra que nos atingia, como se torna evidente que este pedaço de percurso foi feito a andar, porque não dava para mais.
No pódio com o  vencedor no meu escalão, José Guia
Aos29kms novo abastecimento e controlo electrónico de passagem, aí o Diez informa-me que agora o percurso é rápido e só na parte final e acesso ao Castelo é que as dificuldades pioram de novo, mas as minhas dificuldades começaram logo ali, não porque o percurso o fosse mas porque começo a sentir dores na perna onde tinha tido o problema anterior, começou na articulação do pé e depois foi subindo até se situar na canela (perónio), faltavam 20kms, como a dor foi subindo de intensidade mas lenta e gradualmente conforme os kms iam decorrendo deixei-me ir, nas descidas o sacrifício era maior mas suportável e dava para chegar, ia pensando eu. Aos 42kms atingimos a pedreira, e que pedreira, tanta vez que já fui a Sesimbra e desconhecia a existência de um monstro daqueles ali, por terra é pouco visível e como nunca me abeirei nem pelo ar nem pelo mar desconhecia a sua existência, por isso fiquei triste mal entrei naquele enorme buraco que ali criaram, de um lado e do outro nota-se a excelência da beleza da Serra e das arribas, no meio aquela tristeza a céu aberto de um manto de branco onde deveria estar o verde natural da vegetação colocada lá pela Natureza e que deveria estar interdita à vontade e voracidade humana.
E o meu prémio individual
Aos 48kms chego finalmente ao Castelo, também é a 1ª vez que passo por lá, pouco vejo pois já ia em estado deplorável, ali estava mais um abastecimento, o último, já tinha acabado a água do meu camalbak e depois daquela subida ao Castelo bem precisava, antes de lá chegar ainda passámos por algumas vivendas que ficavam no vale e ia observando a ver se via alguém a quem podesse pedir uma pouca de água, mas nem vivalma, também ali se percebe o recato das pessoas pois os dias de hoje estão dificeis e é natural este seu isolamento. No Castelo pouco vi, penso que nem ás ruínas passei, passei sim ao lado da Capela e logo desci para o trilho que me levaria até Sesimbra. Foi dolorosa esta descida, os joelhos e a perna condicionaram e muito aquela descida de perto de 2kms, em circunstâncias normais esta descida é espectacular, sempre pelo meio do arvoredo e em trilhos que é um regalo percorrer, contudo fi-los sempre em passo de corrida até chegar à estrada que liga o centro da Vila(?) àté à Lota.
Na t,shirt e caneca gravado a nossa odisseia de Sesimbra.
Com uma curta incursão de novo pela Praia chego à meta instalada no Hotel Sesimbra Spa ali mesmo em frente à bonita baía de Sesimbra.
À minha espera lá estava o grande Comando (Mário Lima) conforme prometera e que registou em fotos a minha chegada, a quem agradeço, e que servem para ilustrar esta minha crónica, pedindo a sua compreensão para o facto.
Para os 50,940kms registados no meu Garmin precisei de quase um dia de trabalho: 7,55,20h. Modestamente acho que mereci o investimento que realizei.
Agora espero recuperar nestes dias que se seguem para poder estar em Vale de Barris na próxima semana.
Fotos cedidas pelo Mário Lima



Classificação Ultra Trail

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ultra Trail de Sesimbra, o regresso

Após alguns treinos depois da lesão na perna esquerda que me afastou quase 1 mês das corridas, isto é após os trilhos das Terras de Sicó realizado em 25 de fevereiro,  posso concluir hoje que estou em condições de enfrentar o maior desafio que já fiz em termos de distância a pecorrer numa só prova

O Ultra Trail de Sesimbra na distância de 50 kms

15 de Abril de 2012



As paisagens deste local por certo irão ajudar a ultrapassar não só a grande quantidade de kms que temos de percorrer mas também as dificuldades que uma prova deste tipo sempre tem. É pois com alguma expectativa que me apresentarei na partida, a lesão recente e os treinos que pecam por escassos serão a minha maior preocupação, espero que as 10 horas que a organização me concede sejam suficientes para regressar e terminar de bem para comigo e para com a minha saúde.

Sesimbra aí vou eu


A caminho da Serra de S. Mamede a 19 e 20 de Maio de 2012