quarta-feira, 20 de maio de 2015

Ultra Trail de S. Mamede 16 de Maio 2015

O Ultra Trail da Serra de S. Mamede deste ano não me deixou grandes saudades, as excepções vão inteirinhas para a Organização pelo zelo que colocaram no terreno e fora dele em apoio a todos os atletas que participaram nas diversas provas do programa do Trail e para os meus amigos que comigo viajaram desde o Parque Urbano de Santa Iria da Azóia pelo seu heróico sucesso ao completarem esta duríssima prova de 102 kms debaixo de um calor tórrido e demolidor.
Desisti aos 70 kms de prova mas já vinha a atravessar tremendas dificuldades desde os 40 kms, foi a partir desta distância que comecei a controlar o tempo para poder passar todos os controlos sem lá ficar por eliminação. Caminhava e pouco ou nada corria, as forças iam-me abandonando aos poucos, até que chego a Carreiras (70 kms) PAC7 tiro o camelback e atiro-me para cima de um banco para
descansar um pouco, tremo mas estava muito calor mesmo à sombra, os
bombeiros e um técnico do INEM aproximam-se e digo-lhes que está tudo bem, mas não estava, eu queria era terminar aquilo, lembrei-me de repente de Sicó que me levou ao Hospital, peço para me medirem a tensão arterial, enquanto se procedia a esta verificação extraem-me sangue para verificar os níveis de Glicémia, as más notícias não tardam a chegar, 82 glicémia (mínimo de 80) estava no limite, para agravar mais a situação os resultados da medição arterial estavam nos 17. Logo ali me sentenciaram, teria de abandonar, pedi mais 45 minutos de descanso suplementar e depois fazer nova medição, neste
intervalo teria de comer alguma coisa para os níveis de glicémia subirem de novo, coisa que fui incapaz de fazer, água e coca-cola entrava mas era pouco, por mais que olhasse para aquela mesa bem recheada de alimentos nada me atraía, o 
estômago já não aceitava mais nada. Ao fim dos 45 minutos nova medição e os níveis agravaram para os 18, e ponto final. poderia seguir mas a responsabilidade era toda minha, cedi e de pronto anuncio a minha desistência.
Aos bombeiros de Arronches e ao técnico do INEM deixo o agradecimento pela atenção que tiveram comigo, à Organização pelo profissionalismo na
prevenção de eventuais riscos a correr pelos atletas não discurando por isso os locais estratégicos onde eventualmente poderiam surgir problemas e também
os muitos amigos que entretanto ali chegaram e não me faltaram com uma palavra de apoio.

Feita a evacuação não tardou a que tudo voltasse à normalidade, creio que não me restam dúvidas que tudo começou com o nascer do sol, no alto das montanhas o vento era forte e disfarçava a violência do calor mas quando descíamos a níveis mais baixos e em percursos descampados com o sol a pique tudo se complicava, a desidratação começava a tomar conta do meu
organismo, só em Marvão é que consegui comer duas sopas, mais nada entrou e parti sem repetir o erro do ano passado, beber água logo após ingerir a sopa que deu mau resultado. 
Não consegui correr a descer a Calçada de Marvão na direcção de Portagem, apesar de ser empedrada dava perfeitamente para correr, as forças faltavam-me e a partir daí decidi fazer a prova a caminhar até a Portalegre, o sol castigava agora muito mais, eram 12,30h e começava a preparar-me para o que ainda aí vinha. Ali em Portagem aproveito uma nascente de água para beber e atestar, abençoada água que ali ficava e que
tanta falta me iria fazer nos kms seguintes. Nova brutal subida se aproxima, vai aos 850 metros com inclinações muito duras de fazer, o sol e a ausência de força torna penoso o avanço e caminho cada vez mais devagar, apesar das dificuldades abandonar estava fora de questão, depois de chegar ao alto desta serra tento correr um pouco num terreno mais acessível mas não consigo, queria agora chegar ao posto de abastecimento de Carreiras e descansar um pouco para depois prosseguir, cheguei, larguei a mercadoria e deitei-me em cima das tábuas de um banco de jardim!!! Depois apareceram os Bombeiros...

Se voltarei? Sim voltarei, mas com o cuidado de decidir o que fazer, o calor ou a falta dele serão determinantes na opção a tomar, a Organização da prova merece tudo do melhor, apesar da minha incapacidade deste ano tudo farei para voltar porque eles merecem e alio a isso a minha paixão por esta prova.
Parabéns a todos os que terminaram as respectivas provas e aos que ficaram pelo caminho, a todas as organizações envolvidas, organização da prova e amigos voluntários, todos foram extraordinários, obrigado.  

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Trail das Lampas, 9/5/2015

A 3ª Edição do Trail das Lampas cuja organização pertence à Comissão de Organização da Meia Maratona de S. João da Lampas foi mais um grande sucesso para todos, atletas, organização e o seu principal mentor, Fernando Andrade. Sendo totalista é notável observar a evolução desta prova, a adesão tem sido espectacular, os mais de 800 atletas que terminaram o Trail não se cansaram de o elogiar, os receios iniciais pela participação massiva de tantos atletas foi num gesto simples
resolvida servindo de exemplo para outras que por limitação de espaço cortam a possibilidade de participação em tantas outras competições.
Passei por lá sem reparos, tudo estava bem conforme sempre nos habituaram, para mim era mais um treino puxadinho onde no início me custou imenso a engrenar naquilo, pude então nessa altura contar com a companhia da Ana Pereira que vendo-me com algumas dificuldades não mais me deixou até chegar à meta, renovo aqui os meus agradecimentos pela
paciência e apoio que me prestou.
Para os 20 kms do percurso gastei 2,45h. Para mim, mesmo com as dificuldades iniciais, foi excelente.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Corrida Internacional do 1º de Maio 2015


Não fora o 1º de Maio e ainda não me estrearia em provas de estrada este ano, é uma prova que está intimamente ligada à luta dos trabalhadores que se comemora neste dia 1º de Maio de todos os anos.

O traçado da prova mantém-se desde há largos anos atravessando toda a parte central da Cidade de Lisboa que é liberta de trânsito neste dia para a livre circulação dos milhares de atletas participantes, a forte adesão popular de atletas é sempre uma constante tornando-se uma prova muito acessível à maioria das pessoas que corre e tenta ali superar as suas distâncias ou marcas como forma de valorizar as suas performances.
Pessoalmente gostei mais uma vez da organização, tudo já está assimilado por que nesta prova participa, todos já sabem o que têm de fazer e de esperar desta já tão experiente Organização.
Voltei a encontrar muitos amigos da estrada e que por uma razão ou outra de lá não querem sair, eu ando pelo Trail e só voltarei de novo à estrada a quando da realização da corrida da Festa do Avante em Setembro próximo. A última vez na estrada tinha sido a Maratona do Porto em Novembro de 2014 e lá voltarei este ano para completar a minha 18ª.
A prova tinha a distância de 15,210 kms e gastei 1,32,47 h. para chegar ao fim na companhia do "Comando" que apanhei na Almirante Reis, até ao final funcionou a entreajuda já que os 2 já vínhamos a falar sozinhos.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Trail de Vale de Barris, Palmela

Vale de Barris, o regresso após um ano de interregno. Choveu na véspera e creio que nos dias anteriores, neste dia ela esteve a ameaçar, o que iria complicar ainda mais o percurso já de si muito escorregadio e com lama.
As adaptações realizadas no percurso são sempre desejadas, a rotina também chateia e acaba por saturar levando ao abandono desta e daquela prova, felizmente os Amigos das Lebres do Sado sabem bem disso e têm uma leitura perfeita daquilo que os amigos trailistas desejam, inovação e novos trilhos a percorrer. Bastou um ano de ausência e agora que voltei quase tudo mudou, habituado que estava (mal) a estradões e trilhos de luxo desta vez porque choveu e a existência de novos trilhos a cruzar as serras a lama foi um pesadelo, principalmente a 1ª parte da prova. A passagem por um ribeiro durante mais de 100 metros por volta dos 25 kms foi espectacular, foi bom
para arrefecer os gémeos e toda a zona muscular até chegar ás misérias de cada um, alguns aproveitaram e ficaram lá algum tempo a arrefecer. O tempo estava bom, céu encoberto a ameaçar chuva caindo aqui e ali alguns borrifos, embora insuficientes para agravar ainda mais o estado dos trilhos, ainda assim não escapei a duas quedas sem consequências quando procurava caminho alternativo à imensa lama e água em alguns troços do percurso, bem avisado sobre as quedas não mais procurei melhores caminhos e as quedas também se acabaram. Desta vez
tive a companhia agradável de 3 amigos, um deles estreante, tornando assim a viagem agradável e mais fácil de superar, os abastecimentos, 2 durante a prova, estiveram muito bem, a cerveja oferecida no 2º abastecimento aos 19 kms soube bem pois a temperatura tendia a aquecer . A organização prescindiu de nos presentear com o subida ao cume da Serra com a justificação de aquilo já ser muito conhecido, por este facto desta vez ficámos privados de avistar toda a planície de Setúbal a sua Cidade bem como mais ao longe a península de Tróia. Por mim tudo bem, podem repetir tudo de novo mantendo sempre
aquele pequeno riacho retemperador de energias numa altura crucial da nossa corrida.
A prova tinha um total de 29,990 kms de extensão tendo eu demorado 4,59h para terminar
Garmin