sábado, 15 de setembro de 2018

1ª Rampa de S. João das Lampas (Meia Maratona de S, J, Lampas) 8/9/2018




A Meia Maratona de S. João das Lampas na sua 42ª Edição renova-se com a criação de uma prova mais pequena, a 1ª Rampa das Lampas, a Meia Maratona sempre resistiu a mudar de nome para "Rampas" ao longo da sua história mas inquestionavelmente foi assim que foi apelidada pelos milhares e milhares de atletas que por lá já passaram pelo simples facto que na primeira metade da corrida serem postos à prova a sua capacidade de resistência e sacrifício face ao desnível do percurso numa altura em que ainda se dão os primeiros passos de uma nova época sempre preenchida de muitas provas e dificuldades.
A Edição deste ano para mim, e para mais alguns, teve a novidade de nos oferecerem a possibilidade de participar na prova mas numa distância mais pequena (13 kms), numa decisão muito acertada dos responsáveis da Organização, nas duas últimas edições participei na prova da Meia Maratona mas apenas concluí a primeira parte da prova, exactamente os actuais 13 kms a condizer com a nova distância , terminando no mesmo local da prova rainha da competição. Felizmente a distância curta não veio interferir em números absolutos com a Meia Maratona, confesso que foi um sentimento que tive quando dela tomei conhecimento, por ser a primeira prova de estrada aqui na região e pelas dificuldades da dureza do percurso que criam sempre problemas aos atletas, sendo para mim de grande satisfação quando cheguei ao local onde funcionou o Secretariado e vi as
listas de participação em ambas as provas (mais de 400 inscritos na prova da Meia e menos de 50 na prova da Rampa) , creio que os objectivos da Organização foram cumpridos, fazer uma inovação sem prejudicar o essencial, os meus parabéns por isso, restando-me agradecer o facto de ao fim de 3 anos ter concluído a prova sem ser com a conotação de desistente!
Para mim foi uma participação muito agradável, ao fim de meio km já era último contava com a simpática companhia do Luís Parro, desta vez quando passei junto ao pórtico de partida ao fim de 1 km já não ouvi as reprimendas do Fernando Andrade sempre preocupado com as minhas debilidades habituais, ele sabe o que sinto por esta prova e por ele próprio, seria incapaz de ir para ali se visse que não era capaz de ir e voltar e ele sabe disso!
Quase a meio da prova volto a juntar-me ao Parro e ao Manuel Azevedo, ali ainda seguiam 3 ou 4 atletas atrás de nós mas a curta distância, o carro vassoura andava sempre à vista, andando e correndo aos poucos a distância para a meta ia encurtando, nas subidas logo a seguir a Odrinhas afasto-me um pouco deles para diante, o meu objectivo era chegar ao tanque entre os 11 e os 12 kms onde por norma gosto de tomar um duche e depois seguir com eles assim que lá chegassem, e assim foi, pena o tanque estar cheios de limos (Substância vegetal verde e viscosa que se forma em lugares húmidos) que deram um trabalhão depois a tirar, fica o reparo!
Depois foi cavalgar e chegar à meta com uma 1,47h necessários para percorrer aqueles magníficos 13 kms de prova.

Parro e Azevedo para o ano voltaremos, obrigado pelo apoio! 
À Organização os parabéns por mais uma vez saberem tão bem receber-nos, não foi possível fazê-lo pessoalmente mas aqui fica esse reconhecimento!

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

10ª Edição do Trail Nocturno de Óbidos, 11 de Agosto de 2018




Com as incidências na Serra da Freita à distância de mês e meio o dia 11 de Agosto de 2018 traria nova aventura, agora na região de Óbidos com a realização do Trail Noturno de Óbidos, era a 10ª Edição e última realizada à noite, vinha-me à memória a realização da 1ª Edição ali realizada com partida ás 23 horas do dia 8 de Agosto de 2009, desta prova extraí este pequeno texto que fiz no meu Blogue datado de 10 de Agosto de 2009:
"A partida foi dada mesmo em frente à porta do Cemitério local (penso que para espantar os maus espíritos), logo ali falhei o início da cronometragem no meu relógio mas como o Daniel tinha tido esse cuidado não me preocupei, seguimos logo por uma estrada de terra batida até cerca de 500 metros à frente onde começámos a encontrar a primeira dificuldade, uma longa descida em escadaria, que eu preferi fazer a andar, para não começar desde logo a massacrar os músculos. Um km mais à frente virámos para a direita num trilho que nos levaria pouco depois até à escalada de um monte que não deu epóteses à nossa boa vontade, subimo-lo a andar, embora ouvesse outros que teimavam em correr ali, a sua progressão não era superior à nossa.
Ultrapassada aquela dificuldade seguimos então por caminhos e trilhos espectaculares, o Daniel sentia-se como peixe na água, eu e a Otília já íamos com uma passada bem económica por forma a que o desgaste se desse lá mais para a frente, entretanto somos apanhados e ultrapassados pela nossa amiga e ultramaratonista Analice Silva que através de uma curta conversa nos disse que se sentia muito bem e seguiu. Passado pouco tempo fomos encontrá-la amparada a dois amigos que a auxiliaram, tinha caído de forma muito desemparada e queixava-se da zona do frontal, rapidamente verificamos que não ficaram mazelas e deu também para ver que do seu frontal irradiava uma luz muito ténua (razão pela qual deverá ter ocorrido a queda) e insuficiente para este tipo de competição, depois seguimos todos juntos até ao 1º abastecimento que estava aos 10kms. 
Ao fim de 10 edições pouco ou quase nada resta dos percursos então palmilhados, embora parte deles se mantenham por lá e em parte sejam integrantes dos locais agora percorridos, sempre bonitos e espectaculares, creio que apenas falhei uma das edições por lesão e esta por ser a última não poderia de forma alguma estar ausente. Muita coisa de facto mudou, a começar por mim, mais velho quase 10 anos e já com muitas limitações físicas para poder suportar as dificuldades impostas nos percursos, mudou também os perfis da prova, mudaram também os horários, mudaram também os números de participação dos atletas, mudou a qualidade dos apoios e abastecimentos (recordo por exemplo que na 1ª edição faltou a água exactamente porque no mesmo percurso também passava a caminhada e quando lá chegámos já não havia água para o último terço dos participantes, em alternativa bebemos o chá que lá havia), tudo ou quase tudo mudou para
melhor, principalmente a Organização, essa nunca conseguiu melhorar por uma razão muito simples, andou sempre no limite do máximo que poderiam fazer, melhor de ano para ano era impossível, por esse motivo conseguiram sempre cativar através da simpatia todos os que por lá passaram, pessoas simples e conhecedores profundos do meio em que se aventuraram desde a primeira hora, daí o verdadeiro sucesso desta variante da corrida da corrida à noite agora terminada e em transição para novo figurino, a todos bem hajam.
Nesta última edição nocturna realizada a 11 de Agosto de 2018 contei com a excelente companhia do Orlando Duarte na versão dos 23 kms, ambos limitados por problemas físicos que nos travam na ambição de querer fazer sempre melhor a cada oportunidade que nos aparece. Andámos sempre na cauda do pelotão, andando e correndo muito lentamente conforme as nossas articulações iam
deixando, mas sempre divertidos e com muito boa disposição, sempre bem vigiados pelo 2 vassouras que faziam questão de não nos perder de vista, a certa altura conseguimos ludibriá-los, enganámo-nos no caminho e quando regressámos já eles tinham passado, "foi a única forma de os fazer correr um pouco", mais à frente voltámos a encontrá-los e também a tranquilizá-los já que estavam preocupados por não saberem de nós, éramos os últimos e a prova principal não passava por ali. Com algumas dificuldades chegámos à meta situada no anfiteatro situado a norte no interior das muralhas do Castelo de Óbidos com quase 23 kms "andados" e com 5,01h de tempo gasto no percurso. Voltaremos, agora nas novas versões diurnas e até que as forças o permitam! Obrigado Orlando Duarte pela paciência e pela agradável companhia!

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Ultra Trail Serra da Freita, 30 de Junho de 2018

Mirando a "Besta"
Ultra Trail Serra da Freita, 65 kms a 30 de Junho 2018 com partida ás 06,15h juntamente com a Ultra Trail de Elite na distância de 100 kms. Pela 7ª vez eu estava presente na partida, 4 na versão 70 kms e 3 na versão de 65 kms,  apenas ter concluído duas (uma de cada versão) continuo com a mesma paixão por aquela Serra apesar de algumas vezes ela ser madrasta para comigo. Em 2012 uma queda e um braço rasgado a precisar de costura, em 2018 uma queda na espectacular subida da "Besta" traçam uma epopeia de alguém que luta contra as adversidades próprias de uma prova de sonho cujo palco na Serra da Freita nos transporta por vales e montanhas
muito agrestes, com rios, escarpas, subidas e descidas alucinantes explorando
de nós um pouco de tudo até à exaustão! Raramente há 2ª oportunidade para quem, por descuido, por desatenção ou distracção ali cair, as consequências são sempre, quando acontecem com alguma gravidade. Nesta edição o tempo chuvoso, o nevoeiro intenso em algumas zonas, o aumento dos caudais dos rios e ribeiros veio aumentar o risco de queda para todos, e muitas foram as que ocorreram, felizmente sem gravidade aparente. 
Creio que de todas as quedas existentes a minha foi a mais espectacular, que
Ao fim de 9 kms o alto nas antenas
acabaria por levar à minha desistência, ocorrida na parte mais íngreme a meio da escalada da "Besta". Era a 6º vez que ali passava e nunca encontrara um tempo tão adverso para fazer a escalada, frio, chuva com granizo, muito musgo e rochas encharcadas em água, reuniam as condições ideais para em qualquer momento acontecer o acidente.
Estava tudo perfeito, os vassouras aos 21 kms ainda me acompanhavam mas a partir daquele momento desviaram no sentido da prova de Ultra Endurance e de Elite de 100 kms com o objectivo de fazer a limpeza do percurso, eu segui, rumo ao encontro do trilho de onde

A escalada da Besta corria bem, até mesmo ao local da queda, chovia e o granizo de repente aparece com muita violência, ali não há protecção alguma a não ser pequenas árvores ou arbustos, creio, sem ter a certeza, que perdi a concentração ao tentar andar um pouco mais rápido no meio daqueles pedregulhos para me proteger do granizo numas árvores que estava mais acima, de repente a mão esquerda, (levava os bastões na direita) falha uma pedra, o musgo solta-se e o desequilibro acontece, dou um passo atrás, como que descendo um degrau, dou meia pirueta e caio de lado sobre a direita, com a velocidade da queda não
consigo manter a cabeça elevada, uma rocha mais saliente fez o resto! Fiquei prostrado algum tempo para perceber o que tinha acontecido, tinha sentido uma espécie de bomba a rebentar dentro da minha cabeça, sentei-me, tonto e com dores, não havia sangre mas sabia que algo acontecera, rapidamente o inchaço aparece, a cara e o osso acima da orelha começam a dar sinais preocupantes, como ia sozinho e era o último dos 65 kms, (a prova dos 100 kms ainda ia demorar até chegarem os primeiros), sem rede de telemóveis, não arrisquei utilizar o 112, não me restou outra alternativa de tentar sair dali ainda que estivesse a mais de 300 metros
do alto da Serra. Levantei-me um pouco a cambalear e fui subindo pedra sobre pedra, ao fim de mais uma hora e meia estava a chegar ao planalto, devagar, muito devagar fui percorrendo o circuito marcado pelas fitas, o nevoeiro parecia novelos a atravessar aquele planalto junto ás Eólicas, eu estava quase em hipotermia, se é assim que se diz, pois o frio era muito, o vento era forte, a chuva continuava e o nevoeiro assustava. Parei finalmente atrás de um rochedo, vesti o Corta Vento e passado pouco tempo melhorei a minha temperatura corporal. O meu problema era agora ter de seguir as fitas, não as podia perder se queria chegar ao próximo

abastecimento, em certas alturas olhava o que tinha pela frente e perguntava-


me: e agora o que faço? Resignado subia e descia por entre rochas e mato,
queria era chegar, de repente surge atrás de mim no início da descida os 2 primeiros da prova dos 100km Endurance, vinham em disputa da liderança, nem me atrevi a importuná-los, se um parasse o outro fugia e assim optei por seguir o meu caminho, lento, por vezes cambaleando mas com a segurança possível, mais abaixo passado algum tempo surge o 3º atleta a passar por mim (a mesma ordem da chegada à meta) não dou pela sua chegada e assustei-me com a sua chegada ao pé de mim, andavam por ali umas arouquesas e pensei que fosse uma delas, ia caindo, pediu-me desculpa e seguiu sem saber que eu ia com dificuldades, não me atrevi a travá-lo, ia em busca de um bom resultado. A descida era ainda muito longa, o Vitor Cordeiro surge na 4ª posição, (estava eu a 4 kms de Bondança) aí pedi-lhe para parar, o que fez de imediato, pedi desculpa e informei-o do ocorrido na subida da "Besta" e enviei através dele uma mensagem para virem ao meu encontro e ajudarem-me, creio
que o fez e bem sendo de imediato alertado o sistema de operações e salvamento organizado para esta prova. Entretanto prossigo Serra abaixo até que chego a uma estrada de alcatrão, olho à volta procurando um local mais protegido do frio e do vento para me sentar um pouco e descansar. Ali estive uns 10 minutos e decido continuar,  Bondança já devia estar perto, a boca secava rapidamente sem ter sede , não sabia se era desidratação, se era da pancada na cabeça, por precaução optei por apenas molhar os lábios de vez em quando, chego à entrada da Aldeia e caminho lentamente, alegro-me por ver a chegar ali mais atletas da prova dos
100 kms, alguns eram conhecidos, na curva seguinte deparo-me com as viaturas dos grupos de operações e salvamento, sento-me junto a eles, não sabem quem sou, identifico-me e tudo mudou, pensavam que eu ainda estava na "Besta" e estavam a organizar-se para me procurar, quem os informara provavelmente não localizou bem onde me encontrava. Fui rapidamente assistido com muita simpatia, os bombeiros foram solicitados e conduzido rapidamente para o Centro de Saúde de Arouca (aqui não existe Hospital), registo mais uma vez a prontidão e simpatia dos bombeiros de Arouca e dos funcionários do Centro de Saúde, dado este C.S. ter poucas valências fui levado para o Hospital S. Sebastião em Santa Maria da Feira
onde me efectuaram 2 TACs à cabeça que detectaram uma fratura na "Escama Temporal Direita", um osso logo acima da orelha, e internamento de 12 horas sob vigilância médica, tendo alta no Domingo quando já se encerrava em Arouca mais uma edição do Ultra Trail da Serra da Freita.

Não se pense que a Freita acabou para mim, pese embora um triste desabafo de alguém ligado à organização em relação ao meu historial nesta prova, tinha deixado os vassouras aos 21 kms e eles deram-me tal força que ia embebido da esperança em chegar a Arouca (tal com fizera em 2015), confessara-lhes que provavelmente seria a minha despedida considerando que apenas faltavam 3 dias para atingir os 70 anos e era altura
de fechar aquela porta. Esta queda num dos sítios mais espectaculares da prova veio deixar um vazio que tem de ser preenchido. Na próxima procurarei não incomodar o Sr, nem ninguém da organização, todos sabem como os tenho no coração, e não me atrevo a criticar todo o trabalho que fizeram e não é este pequeno incidente que irá manchar a organização de uma das provas mais lindas que existe no nosso país.
Para tal basta atestar os comentários e apreciações que muitos atletas já têm feito, pese embora a dura luta que tiveram de travar para vencer esta Serra.
Um até breve grande Freita!

terça-feira, 22 de maio de 2018

Ultra Trail S. Mamede, (Meia Maratona) 19/5/2018

Em 2015 aventurava-me à distância maior 100 kms do Ultra Trail de S. Mamede em Portalegre, partira ás 00,00h. e ás 14h estava a desistir com 70 kms percorridos, o calor e o esgotamento ditaram leis castradoras da minha vontade! Voltei agora passados mais 3 anos, não para a distância maior mas para a meia maratona (22,900) kms, as minhas condições físicas já não permitem ir muito mais além, mas permitem ainda continuar a palmilhar aqueles terrenos na serra sejam eles planos, a subir ou a descer, muito ou pouco técnicos, o que interessa é que esteja lá ainda que assista à partida com o bichinho a mexer, daqueles que ousam enfrentar as distâncias longas que um dia cheguei a partilhar.
Foi um regresso carregado de sentimentos, duas figuras muito queridas faltaram à chamada, Rui Pacheco e Analice Silva, as leis da vida retiram-nos o prazer da sua presença mas para cada um deles ficou-nos a lembrança do quanto ali foram felizes honrando-nos a todos pisar aqueles mesmos terrenos tão do seu agrado e satisfação.
Optei desta vez pela distância dos 22 kms, não tinha condições físicas para mais, a partida foi de Alegrete, último PAC da prova dos 100 kms, e um dos mais difíceis de ultrapassar, para os que começavam em ali Alegrete por si só as
dificuldades seriam as normais onde a altimetria de 755 metros positivos estavam distribuídos por 2 ou 3 pontos mais acentuados, embora o sobe e desce fosse constante, mas para quem ali chegava já com 80 kms percorridos aquilo complicava já que o desgaste anterior era enorme.
Gostei do percurso destes 22 kms, encontrei aquilo que mais gosto numa prova de Trail, linhas de água, pequenos ribeiros a que não regateei "matar" a sede, o calor era imenso e a partir do meio dia tornava-se insuportável andar pelos corta fogos, Sol a pique onde o único local onde estávamos bem era entre a floresta, felizmente bem aproveitada pela organização colocando à nossa disposição percursos excelentes para a prática da corrida. 
De resto foi um prazer enorme ter ali estado, um pequeno toque que sentia num dos gémeos desde a partida levou-me a ter precauções, queria era chegar e tinha encontro marcado na chegada com o Vitor Pinto, meu genro, eu apontava para as 5 horas de prova e ele para 15h na distância dos 100 kms, a pouco mais de 500 metros de chegar à meta eis que sou ultrapassado por ele, conseguindo o fantástico tempo de 14.53h. Eu ficava-me pelas 5, 01h. e 22,900 kms de distância percorrida.
À chegada esperava-me a volta à pista na sua companhia e a merecida  homenagem a um dos nossos que sempre nos acompanha nos nossos pensamentos! 

segunda-feira, 26 de março de 2018

Então, hoje não se faz nada?

Então, hoje não se faz nada?
Ultra Trail de S. Mamede
Era assim que ele se dirigia a mim sempre que me via por ali no Parque. hoje cá estou de novo como de costume todos os dias, quer treine ou não, sentado e desolado a observar cada metro, cada momento que o via a passar ali junto ao majestoso Moinho a cada km percorrido, a cada volta deixada para trás, nunca se furtava fosse a que horas fosse ao sacrifício por querer ser sempre melhor e evoluir. Era uma força da Natureza que o transformou num Campeão onde as barreiras a vencer eram a sua própria superação e a ultrapassagem dos seus limites, ir afinal até onde era o desconhecido, sempre acompanhado do espírito do máximo respeito que todos lhe reconheciam.
Hoje aqui estou prostrado olhando este mesmo horizonte através do envidraçado da viatura atravessando o clarear deste dia bonito mas sem me fixar em nada porque tudo o que vejo nada faz sentido sem a presença
habitual do meu estimado amigo Pacheco!
É verdade Rui, hoje é mais um dia em que não faço nada, mas devia fazer em honra da tua memória, a amargura tolda tudo à minha volta, a saudade já chegou, o vazio rodeia-me, os olhos sentem-se marejados, é temporário eu sei mas o soco foi demasiado violento e a ferida aberta levará por certo muito tempo a sarar. Louvo a tua paciência, já te o tinha dito, mas volto a repetir  a paciência que tinhas em muitas das vezes para me ajudar ali nas serras de Vialonga, no Monte Serves prejudicando muitas vezes o teu próprio treino. Todos os locais por onde passaste, montanhas e vales sem fim veneram-te hoje, os amigos e o Trail Nacional choram-te mas todos se sentirão orgulhosos por te terem conhecido e partilhado contigo momentos muito importantes das suas vidas.
Eu continuarei por ali a ver-te passar com o pensamento na recuperação física da tua adorada companheira, continuarei a ouvir-te; "Então. hoje não se faz nada?" e será essa interrogação que continuará a motivar-me, até pelas vezes sem conta que me dizias da admiração que nutrias por mim pelas "loucuras" que cheguei a fazer! Até já querido amigo!

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Trail de Sicó, Condeixa a Nova 25/2/2018

Depois de 2 anos de ausência voltei a Sicó para acompanhar uns atletas amigos e aproveitar para fazer ali uma perninha na Corrida/Caminhada. Uma noite em claro de 23 para 24 a acompanhar o Vitor Pinto, meu genro, na Ultra Endurance de 111kms debaixo de uma temperatura de -3 graus. Uma experiência riquíssima já que estamos por dentro e no directo apoio aos atletas que tanto dele necessitam. Uma palavra de apreço pelas facilidades concedidas pela organização da prova que nos acolheu nos seus abrigos bem acolhedores
enquanto a espera pelos nossos heróis decorria. Neste caso tive a grata recompensa do Vitor Pinto ter chegado à meta sem mazelas e auto satisfeito pelos seus objectivos conseguidos. concluir e melhoria da sua marca ali já realizada.
Quanto à minha "performance" (mais modesta) ficou-se pela prova de 15 kms, bem aferida, onde foi possível conciliar a caminhada e a corrida num percurso bastante acessível preparado para o efeito, tendo sido possível partilhar uma parte do percurso (final) com a corrida dos 25
kms de Trail tornando mais cativante a nossa progressão com a constante passagem dos atletas por nós. Uma marca modesta, a esperada, para o meu desempenho, ainda assim melhor do que eu esperava, talvez conseguida com a pressão exercida pelos meus companheiros de viagem a "reclamarem" contra o atraso da hora para o almoço, a eles lhes devo as 2,32h que gastei e dos rios de suor que larguei para ali chegar. Um abraço a todos, foram 3 dias espectaculares e esgotantes para os amigos organizadores, que apesar de pequenas mazelas fizeram um
excelente trabalho, levando muita vida e actividade àquele bonito Concelho de Condeixa a Nova. 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Egas Branco, Amigo Maior que o Pensamento

É verdade, hoje cumpre-me a sempre difícil tarefa de endereçar ao grande amigo e camarada Egas Branco umas palavras de homenagem no momento em que fecha mais um ciclo de décadas de vida, desta vez a SÉTIMA, entrando assim na casa dos 80 anos numa já longa viagem pela vida arrastando consigo todos os predicados que fazem de si um homem de bem, cujos princípios se movem pela solidariedade, pela simplicidade, amizade e camaradagem. Conheci-o através da nossa vivência desportiva no âmbito da corrida, não porque corresse ao seu lado pois nunca tive esse prazer, mas porque ele fazia sempre questão de acompanhar o Jorge Branco, seu sobrinho e homem, também ele, de grande valor, humanista e solidário, nas provas em que participava. Recordo-me de olhar ambos quando ele me dizia que era seu tio, ambos de barbas brancas e bem marcados pelo tempo, sei agora que existem à volta de 25 anos de vida a separá-los, ninguém diria. As circunstâncias da vida, a idade, as lesões, a separação marcada pelas barreiras da distância nem sempre tem permitido uma convivência mais assídua, mas o rasto que vamos deixando sempre tem permitido saber que cada um segue o seu rumo da forma como melhor a entende para si, e ás vezes da forma como lhe é possível. Sou um dos privilegiados de cuja informação sobre estes 2 amigos Egas e Jorge não me falta, periodicamente ela chega, sempre em moldes informativos e educativos, nem sempre é bem tratada por mim, mais por falta de tempo do que falta de interesse porque em si eles têm muito a ensinar e a estimular-nos. Grande Egas Branco, quase uma vida na prática desportiva, 25 anos a praticar a corrida, na estrada e na montanha, maratonista e ultra-maratonista, homem do desporto onde não faltaram as mais variadas disciplinas em outras áreas desportivas fazendo de si um grande exemplo a seguir pelas gerações vindouras! A admiração que tenho por ele ultrapassa tudo, sempre presente, com uma palavra amiga de solidariedade perante aqueles que sofrem, que não esconde o que pensa e os sentimentos que tem perante a prepotência dos mais fortes sobre os mais fracos, fazendo dele, de entre muitos uma barreira sólida para travar as veleidades e avanços dos inimigos da democracia e do bem estar do povo. Grande Egas, uma vida exemplar até aqui chegado e ainda com o discernimento de continuar a espalhar esse dom de ser amigo, solidário, conselheiro,e e combatente pelas causas justas em que se tem envolvido. Receba um abraço deste que muito o admira desejando acima de tudo que a sua saúde lhe permita continuar os caminhos da felicidade e do futuro.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Trail/Caminhada Archieira/Socorro, Torres Vedras 7/1/2018

Serras de Archieira e Socorro no Turcifal, encontro de trail com uma excelente participação, Trail longo 30 kms, trail curto 21 kms e uma caminhada de 14 kms. Todas as provas acabaram por ter mais 3 kms do que o anunciado, incluindo a caminhada. O Trail longa "oferecia" 2 pontos para a ITRA traduzindo-se por aqui as naturais dificuldades que o percurso oferecia, quase 2 mil + de altimetria, aliando-se ás condições do terreno e ao percurso todo ele muito técnico, lama, pedras, ribeiros e locais muito íngremes. O Trail curto tocou também alguns locais difíceis do Trail longo onde as dificuldades eram também muito difíceis. Por último a minha prova, a Caminhada, feita também nos percursos do Trail mas de uma maneira mais "suave", embora em caminhada uma altimetria+ de 550 metros para 17 kms já deixa qualquer um bem aviado! A partida foi feita para todos ao mesmo tempo, dá para perceber que os mais atrasados, como eu, quando passavam já o terreno estava cheio de lama, por sorte não choveu, tudo seria mais complicado. Para mim foi excelente, corri e andei como sempre faço, tendo alinhado na caminhada exactamente por isso, e esta prova tinha as características adequadas para isso, pena aqueles 3 kms a mais do que o anunciado, não causou mossa mas aqueles 3 kms no final onde tivemos que atravessar o Resort pelas estradas de alcatrão tornou-se penoso, pese embora a beleza dos campos de golf que nos rodeava e toda a envolvente de verdura, das árvores e dos lagos a acompanhar-nos!
No final, a 500 metros da meta ainda sou apanhado pelo vencedor do Trail longo de 30/33kms Nuno Silva, um já "velho" conhecido e excelente atleta com um currículo invejável em provas de Trail e membro da nossa Seleção Nacional que nos representa nesta modalidade desportiva.
Foram 3.18h. bem passadas para percorrer aqueles 17 kms. Espero continuar nesta senda e aguardar que o esqueleto recupere todas as funções e permita voltar com mais frequência.